A colheita do café é um processo determinante para que o produtor obtenha o lucro esperado. Isso, porque, uma colheita feita fora de hora ou com técnicas erradas pode comprometer todo o trabalho e investimento que foi feito antes mesmo do plantio.
Para que todos os esforços sejam devidamente recompensados, o planejamento nessa etapa é extremamente importante e essencial. Nesse momento, é importante ressaltar que os procedimentos pré-colheita também influenciam diretamente no aproveitamento final dos grãos.
Por isso, separamos as dicas principais do que você, como produtor ou técnico, precisa se atentar nessa reta tão decisiva e aguardada.
Cuide do pré-colheita
O sucesso da colheita do café não depende somente do momento da colheita em si, mas também dos procedimentos e cuidados que antecedem essa etapa. Não é a toa que essa fase é uma das que mais demandam custos dentre todas as envolvidas no plantio dessa cultura.
Por isso, o bom planejamento é a melhor saída para quem não quer gastar e comprometer o lucro final em vão. Nesse momento, é importante conferir e revisar todos os equipamentos que serão necessários, assim como acertar a necessidade de mão-de-obra e demais itens essenciais, como lonas, panos, cestos, implementos, entre outros.
Além disso, o bom planejamento também deve incluir uma estimativa de produção para aquela safra. Desse modo, ficará muito mais fácil se preparar de forma assertiva para a colheita, sem exagerar ou sofrer danos por falta de algum recurso ou mão-de-obra.
Estime a produtividade do cafezal
Para ser possível se antecipar da forma correta, saber como estimar a produtividade do cafezal é fundamental. Por isso, separamos algumas orientações importantes para realizar esse cálculo.
A princípio, a produtividade será determinada por alguns fatores que podem ser mensurados, como: número de plantas, número de ramos ativos (que estão produzindo) por planta, número de nós por ramo e número de frutos por nó. No entanto, mesmo podendo ser mensurada, a variação de um pé de café para o outro ao longo do cafezal dificultam muito essa contagem.
Por isso, a estimativa de produção, geralmente, é feita de forma visual e técnica por produtores e profissionais que tenham experiência e conhecimento avançado com essa cultura. Após determinar um valor médio de litros/planta, esse número é multiplicado pelo número de plantas que compõe a população do cafezal.
Para compor uma saca de café beneficiado, por exemplo, geralmente são necessários de 450 a 500 litros. Ou seja, o valor resultante do valor médio de litros/planta multiplicado pelo número de plantas, dividido por 450 ou 500, dará o resultado da produtividade em sacas/ha.
E para quem não tem tanta experiência?
Se nem o produtor e nem o profissional técnico conseguem estimar a produtividade por vista, também é possível fazer as contas de uma outra maneira. Para isso, basta escolher 4 ou mais plantas que representem o talhão em questão – e colher todos os frutos!
Feito isso, os frutos colhidos devem ser separados em um recipiente para que a litragem por planta seja avaliada. A quantidade de litros que os frutos de cada planta encherem, será a quantidade usada para os demais cálculos de saca por hectare.
A seguir, podemos ver um gráfico com a média de produtividade do café no Brasil ao longo dos anos em sacas por hectare:
Fonte: Conab
Faça a arruação da lavoura
Esse procedimento também deve ser realizado dentro das etapas de pré-colheita. A arruação da lavoura precisa ser feita com um período de 30 dias de antecedência da colheita do café, visando facilitar e eliminar complicações durante esse processo.
Para isso, recomenda-se roçar o mato nas entrelinhas e enleirar a "sujeira" no meio da entrelinha, abaixo da saia do café. Vale lembrar que, para fazer a arruação com o tempo certo de antecedência, é essencial conhecer quando será dada a colheita do café.
Para não se perder nas etapas, o ideal é manter o calendário agrícola em dia, realizando sempre o monitoramento da lavoura.
Monitore sempre o cafezal
A colheita do café no Brasil, em geral, se dá entre os meses de abril a setembro, principalmente nos meses de junho e agosto. No entanto, o período de colheita pode variar entre regiões, estados e até mesmo entre talhões.
Por isso, é responsabilidade do produtor estar sempre em dia com o monitoramento e avaliação do cafezal, buscando não perder o timing para a colheita de sua lavoura. O monitoramento pode ser realizado através de amostragem das plantas, através da contagem dos frutos verdes e determinação da porcentagem de maturação.
Inicie a colheita do café pelos frutos maduros
O monitoramento da lavoura garante a colheita no tempo certo dos frutos que já estejam maduros. Por isso, o mais correto a se fazer para evitar perdas e prejuízos e aproveitar de forma eficiente a produtividade do cafezal é realizar, primeiro, a colheita dos frutos maduros.
No entanto, a viabilidade dessa técnica dependerá de alguns recursos como volume de produção, tipo de mão-de-obra, tipo de colheita adotada, secagem desejada e da qualidade do café que você deseja comercializar. Isso, porque, a maturação dos grãos geralmente acontece cerca de 7 meses após a floração, quando os fatores climáticos são favoráveis.
No entanto, o café apresenta mais de uma florada, ou seja, nem todos os frutos estarão maduros ao mesmo tempo, fazendo com que a colheita do café seja um pouco mais complicada. Quanto maior a presença de grãos verdes, maior o prejuízo para o produtor, seja na produtividade ou na qualidade dos grãos.
Como recomendação técnica, o ideal é somente iniciar a colheita do café quando o cafezal apresentar, no máximo, 20% de frutos verdes. Quanto menor for essa porcentagem, melhor será o resultado final da colheita.
Escolha bem o tipo de colheita
A topografia do terreno e o espaçamento escolhido na implantação da lavoura responderão qual será o tipo de colheita ideal para adotar em seu cafezal. Além disso, a idade do cafezal e o sistema de produção também podem interferir diretamente nessa decisão.
Colheita Mecanizada
Ideal para terrenos que sejam bem nivelados, sem declinações e sem outros obstáculos. Como vantagem, ela oferece maior rendimento operacional em menos tempo e menor custo, podendo ajudar a melhorar o lucro final para o produtor rural.
No entanto, é extremamente importante verificar questões como espaçamento e mobilidade das máquinas colhedoras nas ruas do cafezal. Além disso, a regulagem da velocidade e da vibração das hastes também precisa estar bem ajustada.
Colheita Semi-mecanizada
Alternativa para terrenos sem condições ideais para a entrada de maquinário, a colheita semi-mecanizada necessita de contratação de mão-de-obra para utilizar ferramentas derriçadoras.
Colheita Manual
Também para terrenos sem condições ideais para a entrada de maquinário, na colheita manual os custos com mão-de-obra elevarão os custos gerais com a colheita do café e diminuirão o rendimento significativamente. Ou seja, o processo será mais seletivo, porém mais demorado.
Por outro lado, a grande vantagem desse tipo de colheita está na possibilidade de selecionar os grãos maduros por etapas de colheita. Para pequenos produtores ou para aqueles que tem como objetivo a maior qualidade do fruto, esse tipo de colheita pode ser o ideal.
Cuidados no pós-colheita
Para fechar a colheita do café com chave de ouro, os cuidados pós-colheitas também são igualmente importantes para as próximas safras. Mesmo com uma colheita seletiva e cuidadosa, estima-se que cerca de 10% dos frutos acabam caindo no chão.
A decomposição desses frutos nas ruas e entrelinhas pode acarretar em problemas futuros que prejudiquem a qualidade e produtividade de sua lavoura. Além disso, a não varredura desses grãos pode favorecer o aparecimento de pragas, como a broca-do-café, criando novos gastos que afetarão a rentabilidade das próximas colheitas.
Por isso, cuidar dos detalhes após a colheita do café também é um passo importante para evitar perdas e garantir uma safra de sucesso!
Agora que você, produtor, já sabe onde não deve errar, organize o seu calendário agrícola se atentando para esses 7 pontos fundamentais que colaborarão para uma colheita com o máximo de aproveitamento, rentabilidade, produtividade e qualidade.
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