A agricultura brasileira vem passando por muitas modificações nos últimos anos, com significativo aumento na sua produção de grãos. Na safra 2019/2020, por exemplo, a produção brasileira estimada é de 248 milhões de toneladas, de acordo com a CONAB. Parte dessa produção é imediatamente comercializada e outra parte será armazenada em vários tipos de silo.
No entanto, a infraestrutura logística de armazenamento de grãos no Brasil tem andado na contramão da produção de grãos, ou seja, a oferta de armazenamento ainda não consegue atender toda a demanda de produtores brasileiros.
Por isso, no atual contexto, investir em armazenagem de grãos precisa fazer parte do planejamento estratégico de produtores brasileiros. Mas em qual tipo de silo devo investir? Qual a melhor estratégia neste sentido?
Veja abaixo quais são os tipos de silos mais comuns no Brasil e conheça as vantagens e desvantagens de cada um deles.
Status atual da armazenagem de grãos no Brasil
A expansão das fronteiras agrícolas no Brasil e o aumento de produtividade nas lavouras vem colocando o país no topo do mundo quando o assunto é produção de alimentos.
Porém, todo esse avanço produtivo tem criado gargalos bastante importantes na capacidade de armazenamento de grãos no país.
De uns tempos para cá, esse tem sido um desafio imenso. Mesmo com uma significativa evolução, ainda precisamos ter locais adequados para armazenar nossos produtos com eficiência, preservando a qualidade e as propriedades dos grãos.
Segundo recomendações da FAO a capacidade estática de armazenamento de um país deve ser 1,2 vezes maior que a sua produção anual, o que, no Brasil, não acontece.
De acordo com os dados publicados pela CONAB, a capacidade estática de armazenagem de grãos no Brasil é de aproximadamente 166 milhões de toneladas. E, como já vimos, a produção brasileira estimada é de 248 milhões de toneladas para a safra 2019/2020.
Esse déficit se dá em razão do alto custo de investimento para construir locais de armazenamento adequados que atendam aos requisitos mínimos de qualidade e segurança.
Além disso, a maioria dos produtores são de agricultura familiar, sem condições de investir e construir seu próprio silo. Aliás, são poucos os produtores que realmente têm condições de armazenar a produção da safra na sua fazenda.
O que é um silo para grãos e por que ter um?
Todo silo é uma unidade armazenadora destinada a receber a produção de grãos, conservando-os nas melhores condições por muito mais tempo. É importante salientar que nenhum silo tem a capacidade de melhorar a qualidade do grão. Sua função é de apenas preservar os grãos durante o período de armazenamento.
O armazenamento de grãos é uma estratégia bastante comum para produtores rurais brasileiros. Assim, eles podem esperar o melhor momento para vender seus grãos por preços melhores.
Fazendo isso, o produtor rural pode se livrar da chamada “boca de safra”, representada pelo período de maior volume de grãos e baixo valor das commodities. Ao armazenar, ele poderá comercializar na entressafra parte da sua produção, já que essa é a época em que os preços estão mais aquecidos.
Principais tipos de silos de armazenagem de grãos
Para a atividade agrícola, vários são os tipos de silos. A primeira divisão é quanto ao material utilizado para a sua construção, ou seja, o silo pode ser metálico, de concreto, de alvenaria e de madeira.
Os silos também podem ser divididos quanto à sua aplicação:
- Silo armazenador: responsável por receber o produto limpo após secagem em secador. Nesta estrutura a massa de grãos recebe aeração quando necessário para uniformizar a umidade e resfriar a massa de grãos;
- Silo secador: recebe ar natural ou aquecido para secagem dos grãos. Esta secagem é lenta e a umidade não deve ser elevada, evitando assim o aquecimento da massa e fermentação do grão, evitando comprometimento da qualidade;
- Silo de espera (também chamado de silo pulmão): estes são silos de apoio durante o recebimento dos grãos, pois armazenam os grãos limpos, porém úmidos, por poucas horas, até o momento dos grãos irem para o secador e atingir a umidade desejada para o armazenamento;
- Silo de expedição: são equipamentos suspensos, que recebem os grãos dos silos armazenadores através de transportadores, e os grãos são liberados, por gravidade, sobre o veículo transportador (caminhão ou vagão ferroviário).
- Silo-bolsa: também conhecido como “bag”, este silo tende a ter baixo custo, porém podem sofrer mais facilmente com ataques de animais e pragas agrícolas, danificando os grãos. Por isso, geralmente são utilizados de forma emergencial.
Vale a pena ter silos próprios?
Ter um silo na propriedade significa estar à frente da concorrência quando o assunto é conseguir comercializar a safra com melhores preços, principalmente na entressafra.
Por isso, mesmo tendo um custo relativamente elevado, vale muito a pena considerar a construção de silos na propriedade. Veja um simples exemplo nesse sentido:
Imagine que você tenha uma unidade armazenadora com capacidade para 50 mil sacas. Se você conseguir vender com R$ 2,00 a mais por saca no momento mais propício, isso daria R$ 100.000,00 a mais de rentabilidade.
Este lucro poderia ser usado para quitar a parcela do investimento feito com a aquisição do seu silo em agências financiadoras. Sendo que, com uma média nacional de produção de grãos, em 5 anos esta unidade armazenadora se paga com investimento feito.
Dessa forma, ter um silo de armazenamento na fazenda pode trazer como vantagens:
- Permitir a venda da produção em períodos mais vantajosos;
- Reduzir as perdas que ocorrem no campo;
- Economizar em transporte;
- Melhorar o rendimento na colheita (evita espera dos caminhões nas filas das unidades coletoras, na grande maioria em cooperativas de recebimento;
- Promover a independência da estratégia de venda dos grãos.
Porém, se você não tem capital de investimento ou não tem capacidade de produção para encher o silo, vale a pena buscar alternativas. Dentre as alternativas, a mais interessante é buscar apoio com as cooperativas agrícolas.
Dependendo da localização da sua propriedade e dos acordos firmados entre produtores e a cooperativa, o armazenamento nesse tipo de unidade pode valer a pena.
Para isso, coloque na ponta do lápis todo o custo de construção e manutenção de um silo próprio ou em parceria com a cooperativa e veja qual opção melhor se enquadra à sua necessidade e possibilidade.
Conclusões
O Brasil é referência mundial quando o assunto é produção de grãos. Produzimos com qualidade e em muita quantidade. Porém, quando o assunto é capacidade de armazenamento, temos um déficit ainda grande.
Por isso é preciso fazer muitas contas para ver a possibilidade de investir em um silo de armazenamento na propriedade, já que essa estratégia pode representar um diferencial bastante importante do ponto de vista comercial.
Também é preciso que conheçamos os tipos de silos mais comuns, seja ele próprio, bag ou coletores. É importante identificar todos os custos (financeiros e de mercado), além das vantagens dentro de cada realidade.
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