O sucesso de altas produtividades de soja consiste no somatório de vários elementos, como a nutrição e adubação, que, atuando conjuntamente, conseguem explorar o máximo potencial produtivo.

Fonte: Coopercitrus
Dentre eles, vamos destacar a nutrição e adubação que são resultados de uma análise conjunta do sistema planta, solo e a interação dos fertilizantes com o solo.
Quando estamos nos referindo à planta, a análise consiste no conhecimento das suas demandas tanto em quantidade e distinção de qual elemento, além do conhecimento do ciclo da mesma para que possamos predizer qual é a melhor época e local de aplicação.
Quanto ao solo, fonte basal para o desenvolvimento vegetal, deve-se ter conhecimento da sua situação quanto a elementos fazendo-se pelas análises química, foliar, visual e até mesmo pelo histórico da área.
E no que se trata da interação dos fertilizantes, deve-se contornar todo o sistema buscando a máxima eficiência no uso dos adubos chegando a um manejo químico eficiente.
Índice de Conteúdo (clique e vá direto ao assunto que procura)
- 1. Nutrindo Bem a sua Soja!
- 2. Quando Adubar para a Correta Nutrição
- 3. O Que Pode Influenciar a Absorção dos Nutrientes
- Conclusão
- Falar com um analista CHBAGRO
Nutrindo Bem a sua Soja!
Nas plantas, os nutrientes desempenham funções estruturais e metabólicas correlacionando diretamente com o rendimento de grãos, no caso da soja.
As desordens nutricionais ocasionam redução de produtividade e estão associadas a sintomas característicos da falta de cada nutriente.
Assim como os demais vegetais, para a nutrição das plantas de soja é crucial que haja em disponibilidade os macronutrientes orgânicos (carbono, hidrogênio e oxigênio) fornecidos pela atmosfera.
Além desses, para o pleno desenvolvimento da soja, alguns nutrientes devem ser fornecidos via solo tais como P, K, Ca, Mg, S, B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Co e Zn.
Um caso especial é o nitrogênio, que parte é fornecido pelo solo (manejo da matéria orgânica), sendo cerca de 15 a 35%, e a outra (65 a 85%) pela atmosfera por meio da atividade das bactérias simbióticas (Bradyrhizobium).
A etapa de maior exigência nutricional inicia-se por volta dos 30 dias e se mantém elevada até o inicio do enchimento dos grãos, quando a fixação de nitrogênio e a atividade fotossintética estão elevadas e produzem um desenvolvimento mais acelerado.

Fonte: Adaptado de INPI. Exigências nutricionais para a produção de 1t de grãos de soja (EMBRAPA, 1993).
Nitrogênio
Se destaca por ser o elemento mais consumido na nutrição da soja, sendo cerca de 80 Kg de N/ton de grão.
Como já dito, a soja é um exemplo de planta quando estamos falando de eficiência no processo de fixação biológica de N (FBN), tendo em vista que possui baixa capacidade de absorção de N provindo de fertilizantes.
Sabendo-se que a FBN é uma associação de bactérias do gênero Bradyrhizobium, aconselha-se então a sua inoculação para que haja o suprimento da demanda da planta.
Essa inoculação deve ser feita na semente em local com sombra e o plantio deve ocorrer no mesmo dia e sob condições de umidade de solo ideal.
Recomenda-se a utilização de inoculante de boa qualidade, aplicado uniformemente e na dose de 1,2 milhões de células por semente.
Segundo a Embrapa, a aplicações de fungicidas e dos micronutrientes cobalto (Co) e molibdênio (Mo) na semente podem reduzir a nodulação e a FBN.
Fósforo
No caso desse elemento, quando está no início da implantação dos SPD em regiões de cerrado onde os teores de P estão como baixo e muito baixo, faz-se a fosfatagem.

Fonte: INPI
Esta pode ser feita gradual (Anual no sulco de plantio) ou total, sendo esta última feita a lanço e em seguida feito manutenções necessárias no sulco de plantio.

Fonte: INPI
Já para a adubação de manutenção (teores de fósforo é médio ou bom) recomenda-se a aplicação de 20 kg de P2O5/ha, para cada tonelada de grãos que se espera produzir.
Potássio
A adubação corretiva do potássio (potassagem) deve ser feita segundo a tabela a seguir. A aplicação pode ser a lanço somente em solos com teores de de argila acima de 20%.

Fonte: INPI
A adubação de manutenção de potássio também é feita por meio da expectativa de produtividade, sendo aplicado 20Kg de K2O/ha a cada tonelada de grão produzida.
Adubação com potássio pode ser realizada a lanço, antes da semeadura, ou mesmo no sulco de semeadura.
Neste caso, recomenda-se apenas as doses inferiores a 80 Kg/ha em solos argilosos e 50 kg/ha de K2O nos solos arenosos, por causa do efeito salino do KCl à germinação das sementes.
Em solos mais arenosos recomenda-se a aplicação parcelada objetivando as perdas por lixiviação no perfil do solo.
Enxofre
Elemento que participa ativamente do metabolismo do N, o enxofre (S) deve ser aplicado nas plantas de soja haja visto a sua demanda.
A quantidade aplicada do S é calculada com base em análise de solo nas profundidades de 0 a 20 e na de 20 a 40 cm e/ou na análise de folhas.
Os níveis críticos no solo são 10 mg/dm3 de 0 a 20cm e 35mg/dm3 de 20 a 40 em solos argilosos. Já em solos arenosos é 3 mg/dm3 (0-20cm) e 9mg/dm3 (20-40cm). Em análises foliares os níveis de suficiência varia de 2,1 a 4,0g/Kg.
Quando o teor de enxofre no solo for considerado médio ou bom, aplicar somente a adubação de manutenção, que corresponde a 10 kg de S, para cada tonelada de grãos que se espera produzir.
O enxofre pode ser fornecido de 4 formas:
- Via gessagem, o qual garante o suprimento da demanda de enxofre por pelo menos 3 safras agrícolas;
- Através de fontes de fósforo que contenha esse elemento, como por exemplo: superfosfato simples (12% S), termofosfatos (6% S) e hiperfosfatos (8% S) enriquecidos com S (Novaphós) ou do multifosfato magnesiano (4,2 a 8,0% S);
- Via fornecimento de sulfato de amônio em cultura antecessora;
- E, por último, se não houve nenhumas das alternativas anteriores, pode-se empregar o gesso agrícola (15% S) em doses correspondentes a 15 kg ha-1 de S para cada tonelada de grãos.
Micronutrientes
Quanto aos micronutrientes, os limiares tratados como altos são 0,5 mg/dm3 para o boro, de 0,8 mg/dm3 para o cobre, de mg/dm3 para o manganês e de 1,6 mg/dm3 para o zinco.
Se os teores desses elementos forem detectados na classificação, recomenda-se zinco 6,0 Kg/ha; cobre 2,5 Kg/ha; manganês 6,0 Kg/ha; e boro 1,5 Kg/ha.

Fonte: INPI
Quando Adubar para a Correta Nutrição
Com o objetivo da nutrição da soja e suprindo suas demandas, podemos ordenar a época e o modo de aplicação dos nutrientes da seguinte maneira:
- Pré-plantio : faz-se cálcio(Ca) e magnésio (Mg) via calagem, ainda é possível disponibilizar enxofre (S) via gessagem e, se requerido, pode-se realizar a fosfatagem (P) e potassagem (K).
- Semente: alguns produtores aplicam molibdênio (Mo) e cobalto (Co) junto da inoculação, mas existem relatos de diminuição na eficiência no que se trata da associação simbiótica devido ao pH.
- No plantio: aplicar fósforo (P), potássio (K), boro (B), cobre (Cu) e manganês (Mn). Caso queira, também pode fazer a aplicação de Co e Mo.
- Na cobertura: aplica-se potássio (K) 30 dias após a emergência em solos arenosos e manganês via foliar em V4 ou em V4 e R1.
O Que Pode Influenciar a Absorção dos Nutrientes
A absorção dos nutrientes na nutrição da soja pode ser influenciada por diversos fatores, dentre os quais:
- Diferenças de cultivares;
- Condições climáticas variadas (chuva e temperatura);
- Disponibilidade de nutrientes no solo;
- Diversidade de tratos culturais.
Além dessas grandes influências, podemos dar ênfase ao pH, um dos grandes aspectos que ditam a disponibilidade dos nutrientes no solo.
Conclusão
Ter altas respostas produtivas na nutrição da soja, assim como já vimos, é um somatório de atividades que visam a otimização de recursos.
Dentre eles, hoje mostramos como devemos proceder a adubação para a nutrição da sua lavoura de soja.
Vimos as doses e modos de aplicação dos principais elementos limitantes para o cultivo e ainda explicamos quando disponibilizar os mesmos.
Além disso, explicamos quais os fatores que podem influenciar na absorção dos elementos pelas plantas para sua nutrição.
Então, agora foque na produtividade e esteja atento aos pontos relacionados à adubação e nutrição porque eles serão cruciais para as altas cargas produtivas.
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